Eu tinha que ir para uma cidade a uns quinze quilômetros daqui chamada Cassino e o único modo era ir de ônibus. Quando estava saindo Rita me disse:
– Eu tenho que dar uma saída agora e te dou uma carona até o ponto de ônibus.
Realmente o ponto era um pouco longe para ir a pé. Chegando ao ponto ela comentou:
– O problema é que eu não sei se tem ônibus pra Cassino a essa hora. Pergunta ali naquela loja se ainda passa algum hoje.
Eu atrevessei a rua, entrei na loja e perguntei. O vendedor confirmou que tinha um mas não sabia o horário. Quando saí da loja ouvi Rita gritar desesperadamente do outro lado rua:
– Rodolfo! Vem logo! Rodolfo.
Pensei que o ônibus estivesse vindo e atravessei. Ela apontava para um carro parado a uns quinze metros à frente e gritava:
– Entra naquele carro, ele vai te levar para Cassino.
Na hora deduzi que era algum conhecido dela que me daria uma carona. Me aproximei do carro e abri a porta. A senhora que estava sozinha no carro me olhou assustada e disse “Feche a porta!”. Eu olhei para Rita que estava longe e gritando “Entra no carro!”, e a senhora falava “Quem e você? Feche a porta!”.
Eu fechei a porta e Rita se aproximou, tornou a abrir a porta e começou a explicar:
– Oi Angelena, esse é um amigo meu brasileiro, você pode dar uma carona pra ele até Cassino?
– Ah, então é isso. Claro que sim, entre – respondeu a senhora que dirigia o carro.
Eu entrei no carro e Rita me perguntou:
– Mas por que você não falou pra ela que você me conhecia!?
– Porque eu achei que você já tinha falado com ela!
– Não, eu vi ela passando e como sabia que ela estava indo para Cassino, fiz sinal para ela encostar.
No final das contas tudo se resolveu. Eu me desculpei com a senhora do carro pelo mal entendido e ela por sua vez também se desculpou. Cheguei rápido em Cassino e a agradeci pela carona.
A moral da história é que eu descobri finalmente que sou confuso assim por causa da descendência italiana.